domingo, 6 de julho de 2014

para refletir - Metodologia

O  percurso histórico das pessoas com deficiência no Brasil, assim como ocorreu em outras culturas e países, foi marcado por uma fase inicial de eliminação e exclusão, passando-se por um período de integração parcial através do atendimento especializado.Assim como o texto referência ( O  modelo dos modelos”Italo Calvino)apresenta a questão dos modelos homogeneizados a sociedade ,na sua base inicial a família, se encarregava de esconder os seus familiares que não se encontravam nos modelos estabelecidos. As crianças com qualquer deficiência, ficavam excluídos das relações sociais , não se encontravam nas escolas. Estavam restritos no contato com a família e no máximo com seus iguais como era o caso dos que frequentavam as APAES.
Com o avanço da legislação nacional sobre Inclusão houve a necessidade da conscientização das famílias, a adequação das escolas para atender nas salas de aula regular as pessoas com necessidades especiais e o Atendimento Educacional Especializado têm contribuído para promover a igualdade de condições para que todos possam aprender.
O Atendimento Educacional Especializado -AEE através das Salas de Recursos Multifuncionais com os professores capacitados para realizar os atendimentos  dos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação tem como função identificar,elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem  as barreiras para a plena  participação  deste aluno nas escolas regulares .
A integração entre os professores da sala de aula comum e do AEE é indispensável para a construção de   possibilidades para  que o aluno  público alvo da Educação Especial aprenda com vistas a sua autonomia em todos os ambientes , portanto o AEE assume um desafio de adequação de metodologias educacionais que aproxime o máximo o educando de suas reais habilidades e competências possibilitando-o progredir na vida escolar,nas mesmas condições que os demais colegas da sala de aula comum.


domingo, 1 de junho de 2014

Atividade Tecnologia Assistiva

PCS
Um dos sistemas simbólicos mais utilizados em todo o mundo é o PCS - Picture Communication Symbols, criado em 1980 pela fonoaudióloga estadunidense Roxanna Mayer Johnson. 
No Brasil o PCS foi traduzido como Símbolos de Comunicação Pictórica. O sistema PCS possui como características: desenhos simples e claros, fácil reconhecimento, adequados para usuários de qualquer idade, facilmente combináveis com outras figuras e fotos para a criação de recursos de comunicação individualizados. São extremamente úteis para criação de atividades educacionais. 
O sistema de símbolos PCS está disponível no Brasil por meio do software Boardmaker.

Descrição das imagens:
As atividades foram construídas para que o usuário da CA possa responder questões 

apontando os símbolos gráficos PCS. A primeira pede para apontar os animais; a segunda apontar os vegetais.
Os recursos de comunicação de cada pessoa são construídos de forma totalmente personalizada e levam em consideração várias características que atendem às necessidades deste usuário, principalmente pessoas com TGDs. Pode ser usada na sala de aula comum e/ou AEE
O professor especializado deverá também ensinar as estratégias de utilização destes recursos para o aluno, seu professor, para os colegas, comunidade escolar e família. Desta forma ajudará a todos a entender e a utilizar estas ferramentas de acessibilidade.
Vejamos alguns exemplos de atividades personalizadas com o Boardmaker:
 Atividades escolares: Essas atividades podem ser utilizadas com crianças com TGD






cartões de Comunicação


Os cartões estão organizados por categorias de símbolos e cada categoria se distingue por apresentar uma cor de moldura diferente: cor de rosa são os cumprimentos e demais expressões sociais, (visualiza-se o símbolo "tchau"); amarelo são os sujeitos, (visualiza-se o símbolo "mãe"); verde são os verbos (visualiza-se o símbolo "desenhar"); laranja são os substantivos (visualiza-se o símbolo "perna"), azuis são os adjetivos (visualiza-se o símbolo "gostoso") e branco são símbolos diversos que não se enquadram nas categorias anteriormente citadas (visualiza-se o símbolo fora)

sexta-feira, 18 de abril de 2014

SURDOCEGUEIRA E DMU

A surdocegueira é uma terminologia adotada mundialmente para se referir a pessoas que tem perdas visuais e auditivas concomitantes em graus diferentes, podendo ser:
a)    Surdocego total:
b)    Surdocego com surdez profunda associada com resíduo visual:
c)    Surdocego com surdez moderada associada com resíduo visual:
d)     Surdocego com surdez moderada ou leve com cegueira:
e)    Surdocego com perdas leves, tanto auditivas quanto visuais:
A surdocegueira pode ser de origem congênita ou adquirida
Segundo Troncoso (2002), para que a criança surdocega adquira a aprendizagem de se deslocar e explorar o seu entorno com autonomia é importante que desenvolva os seguintes aspectos:
l Imagem corporal: como ela consegue ter representação do seu próprio corpo.
l Conceito corporal: conhecer e nomear as partes de seu corpo e entender para que servem.
l Consciência sensorial: saber receber a informação do meio através de todos os sentidos
Quanto às noções espaciais, a criança surdocega necessita entender as relações espaciais que existem entre os objetos, pessoas, como em cima/embaixo, perto/longe, à frente/atrás,entre, dentro/fora e outros..
O uso das técnicas de guia vidente é de suma importância. O professor de orientação e mobilidade deverá estar atento ao momento certo para oferecer a bengala ou a pré- bengala quando de fato este instrumento possa ser usado com propriedade e segurança pela criança
.A orientação e mobilidade é um conjunto de técnicas e estratégias, baseadas em informações psicossensoriais, que auxiliam a criança a se orientar e a se locomover nos espaços em que ela vive e que devolvem para a pessoa surdocega (os jovens e adultos que se tornaram surdocegos no decorrer da vida) um deslocamento orientado e seguro para conhecer o seu entorno e dele usufruir.
Pode-se  construir estes conhecimentos de orientação e mobilidade através de jogos e atividades simples e na rotina diária de um bebê e de uma criança surdocega, o que ajudará a desenvolver esta habilidade desde o primeiro ano de vida.

É importante que o surdocego passe a tatear e explorar o mundo para obter um novo conhecimento de uma forma mais adaptada aos seus limites.
Através do tato é possível formular as suas próprias imagens e o sentir dará significado para as suas percepções. As mãos serão ferramentas de comunicação com o mundo externo para construir o interno 
Simone Costa

Comunicação através do Tadoma
Comunicação Libras Tátil
Claudia Sofia e Carlos Jorge são proprietários da ABRASC – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SURDOCEGOS ambos prestam apoio e assistência aos portadores desta síndrome, ensinando-os a conquistarem a independência que ambos conseguiram



 DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA -conjunto de duas ou mais deficiências associadas, de ordem física, sensorial, mental, emocional ou de comportamento social. No entanto, não é o somatório dessas alterações que caracterizam a múltipla deficiência, mas sim o nível de desenvolvimento, as possibilidades funcionais, de comunicação, interação social e de aprendizagem que determinam as necessidades educacionais dessas pessoas”. (MEC, SEESP,
São consideradas pessoas com deficiência múltipla sensorial-visual (MDVI), quando há a  deficiência Visual(baixa visão ou cegueira) associada a uma ou mais deficiências (intelectual,física/ motora) ou a transtornos globais do desenvolvimento e distúrbios de comunicação e que necessita de programas que favoreçam o desenvolvimento das habilidades funcionais dessas pessoas, visando ao máximo de sua independência e uma comunicação eficiente. (MAIA et al, 2008,p.14)
 São consideradas pessoas com deficiência múltipla sensorial-auditiva (MDHI) quando há deficiência auditiva/surdez associada à deficiência intelectual ou a deficiência físico-motora ou a ambas, ou a Transtornos Globais do Desenvolvimento. (MAIA et al, 2008, p.14)
Como proceder visando a aprendizagem
Iniciar as instruções com atividades das mais  simples para as mais complexas.
• Dividir as instruções em etapas.
• Partir do concreto para o abstrato.
• Respeitar o ritmo de aprendizagem.
• Repetir as instruções/atividades em situações variadas, de forma diversificada





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domingo, 23 de março de 2014

Surdocego em busca da comunicação

1ª semana – descrição do filme postado no You tube.
Primeira cena:
Lilian falando:
- Muitas pessoas entendem surdocegueira como sendo a junção de uma pessoa surdo e cega, de verdade ela utilizam alguns métodos que os surdos e os cego se aprimoram na sua educação, mas as necessidades especiais básicas são outras, principalmente quando a gente fala na comunicação e na parte de orientação e mobilidade.
- É nisso que a gente pode ver que a surdocegueira e uma deficiência única.
- Quando a gente fala em surdocegueira a principio as pessoas pensam:
- Ah meu Deus! Alguém que não enxerga e não escuta totalmente, isso não e verdade.
- Há casos em que a gente tem o surdocego que tem uma baixa visão, então ele tem um pouquinho de visão e ele consegue se aproveitar bastante disso  e as vezes a surdez e total.
- Em outros casos a gente tem nada da visão e a surdez, assim, muito moderada. Então ele se aproveita muito dos resíduos auditivos para se locomover pra fazer a comunicação dele e a casos que a gente tem as duas coisas: a baixa visão e um pouquinho da audição que é bem aproveitada.

Drª Juliana Sallun falando:
- A gente pode ter surdocegueira, por problema neonatal, durante o nascimento, alguma dificuldade no parto, ou alguma intercorrência quando a criança e muito pequena, no berçário, ou a gente pode ter causas até, por exemplo, de pré-natal, infecções congênitas que a gente chama tipo, a mãe gestante daquele bebê teve um quadro, por exemplo, de rubéola, e isso afetar por exemplo, a audição da criança e produz uma catarata no olho do bebê.

Lilian falando:
- Surdocegueira tem duas divisões básicas:
- A surdocegueira do surdocego pré - linguístico:
- Que é aquele surdocego que já nasce cego, ele vai ter uma forma de comunicação bastante diferenciada e ela já vai ter um jeito de adquirir a sua informação do mundo. E que é o informante do mundo? É a mãe, e a pessoa que trabalha com ela, seja o profissional ou são as pessoa que estão em seu entorno.
-O surdocego pós – linguístico:
-É aquele que por um motivo de saúde, doença de um acidente, da uma patologia, ele já nasce surdo e ai ela já adquiriu toda uma língua de sinais de libras ou oralidade, e ai hoje, na nova condição de uma pessoa se torna cega ele vai aproveitar, ele vai ter que adquirir outra forma de linguagem, ou então, ele já nasceu cego e ai ele já adquiriu todo sistema de braile e a partir  desse momento se deparando com uma doença e tudo ele vai ter que adquirir uma outra forma de comunicação.

Laura Lebre falando:
- Todos os modos de comunicação são oferecidos a eles, eles é que escolhem o que é melhor para eles, eles demonstram como e melhor.
- O pós – linguístico, ele sabe escolher.
- O pré – linguístico a gente vai observando pelas próprias reações deles. Se ele está entendendo o que a gente está falando.

Maria de Fatima, mãe de surdocego falando:
- Eu não sabia nem lidar com um filho, porque era meu primeiro filho, e tive que lidar com uma pessoa que não se comunicava, eu não sabia como me comunicar com ele pra ele poder mamar, pra ele poder tomar leite, ou uma papa, ou qualquer coisa assim.
- E foi uma experiência, no chute, você entendeu?
- Aquela coisa se vai... não, se vai por ai, bom, tem essas consequências, você vê qual é o pior, qual é o melhor, ai você parte pra aquela.
Lilian Falando:
- Se a gente for pensar num bebê, se a gente sempre estimula que as mães estejam sempre dentro do nosso trabalho.
- E nesse primeiro momento a comunicação se faz através de objetos concretos.
- Então, por exemplo, se a gente for pegar um calendário aqui do Luan, que esta nesse momento...
Laura Lebre falando:
- “O calendário oque é”? 
- É organizar o dia deles.
- Organizar a rotinas deles, por quê?
- Porque a pessoa surdocega, se você imaginar, fechar o olho, tampar o ouvido, você está largando o mundo, você não tem noção nenhuma do que está acontecendo ao seu redor, do que vai acontecer do que já aconteceu.
Lilian falando:
- Então, aqui esta uma sequencia de uma atividade dele, que ele esta fazendo hoje, e a próxima atividade dele aqui, por exemplo, no cabide dele é essa fraldinha, então, é um objeto concreto: é a fraldinha que realmente o Luan usa de fato. Pra que?
- Isso está antecipando pra ele que este objeto antecipa o almoço dele. Quando ele passa mais a frente dessa outra, eles vencem esse tipo de calendário, dos objetos de referencia.
- Ai a gente já vai encontrar as pistas.
- Esta cadeirinha aqui é a pista para ele lembrar uma atividade que ele fez na oficina pedagógica, aqui, por exemplo, é uma banana, é um desenho da fruta com a cor que geralmente que a fruta tem e com o contorno preto que ajuda ele a visualizar melhor.
- Essa é a pista que ele vai fazer o doce de banana.
- Aqui é a pista do pedacinho de pano do “jogo americano” que lembra pra ele é o horário de almoço.
- E nos armários a gente fez, a gente pregou, uns imãs e cada um escolheu a sua própria pista. E a gente colocou o nome da criança, o nome deles, para que eles possam estar expostos a essa forma de linguagem.
- Nesse ponto a gente vai estar mostrando a pista e fazendo já alguns sinais de comunicação.
- Então por exemplo o “copo” eu posso mostrar o “copo”, fazer o sinal de “copo”, espero e que mais tarde, daqui a mais um tempo de trabalho, essa comunicação não precise ser mais antecipada com pista e objeto de referencia.


Regina Maria falando:
- Existem muitas barreiras e a primeira e a comunicação.
- Que as pessoas saibam e conheçam e queiram aprender a forma de comunicação dos surdocego.
- Mas assim, desde que seja bem orientado, desde que ele possa ter oportunidades, não há barreiras, não há limites eu acredito. A própria Claudia Sofia é um exemplo, dessa oportunidade.
- Ela exerce uma profissão, ela tem um cargo que e remunerado.


Claudia Sofia falando:
- Meu nome é Claudia Sofia Indalécio Pereira, sou presidente da Associação Brasileira de Surdocegos e também faço parte do Grupo Brasil como diretora social.
- O nosso objetivo de trabalho é esse estar sensibilizando algumas famílias, na qual essas famílias não estão preparadas para a realidade da surdocegueira.
Marisa Martinho (interprete) falando:
- Como você ficou surdocega?
Claudia Sofia falando:
- Eu fiquei surda com seis anos e meio, na época com cinco anos de idade eu já estudava na escola regular e já sabia ler e escrever e por causa da caxumba, rubéola, catapora e sarampo durante sessenta dias e eu fiquei com sequelas de surdez. E aos nove anos de idade apareceu a retinose pigmentar...
Drª Juliana Sallun falando:
- Que a dificuldade maior de campo de visão, uma dificuldade de visão lateral, de contraste e percepção, principalmente, quando tem uma intensidade de luz baixa.
Claudia Sofia falando:
- Os médicos informaram a minha família que eu podia perder a visão depois dos quarenta, cinquenta anos. Meus parentes ficaram desesperados, com dezessete anos de idade quando eu já estava com quase perda visual.

Maria Aparecida (mãe Claudia Sofia) falando:
- Ela falou para mim “ó mãe, só que antes de eu perder a visão, eu quero ir na Xuxa”, ganhou uma fita da Xuxa, ai na noite de natal, nós “estava” assistindo a fita.
- Ela falou “mãe, agora eu estou enxergando quase nada”, falei calma bati no braço dela, calma.
- Ela falou “mãe só estou vendo só um pouquinho do rosto da Xuxa”, “esta escurecendo tudo”. Nisso faltava cinco minutos para meia noite do natal.
- Ai quando estava já quase terminando a fita, ela falou: “Mãe eu não enxergo mais nada”.
- Ai sabe te dá um choque, parece que você tomou um choque de eletricidade. Ai eu peguei, pensei, falei: “Deus na noite de NATAL, menino Jesus não deixa né, ela se desesperar”.
Claudia Sofia falando:
- Eu precisava descobrir uma forma de comunicação.
- Até que um certo dia, por desespero necessidade, eu conseguiu tocar na boca da minha mãe e através da articulação com o toque, eu consegui compreender a articulação labial dela. Eu percebi que a necessidade foi maior e eu continuei usando essa forma de comunicação que nos chamamos de “TADOMA”.
Dalvanise falando:
- Sentir a vibração através do tato.
- Então o surdocego coloca a mão na boca da pessoa que está falando e ai também ela vai escolher a posição que vai ficar melhor pra ele perceber.
Marisa Martinho (interprete) falando:
- Além do TADOMA quais são as outras formas de comunicação que você predomina?
Claudia Sofia falando:
- Eu utilizo a língua de sinais tátil, alfabeto manual na palma da mão e escrita cursiva.
Dalvanise Falando:
- Língua de sinais é uma língua. Não são só os sinais.
- É o que é usado pelo surdos.
- E por isso se chama Libras: Língua Brasileira de Sinais.
- Libras a gente usa no lugar da fala, só que para o surdocego a gente usa Libras tátil, na mão para que ele sinta o movimento dos sinais.
- o alfabeto manual, que são as letras do alfabeto: A, B, C... ai você faz na palma da mão do surdocego.
Dalva Rosa falando:
- Se uma pessoa como a gente que enxerga e escuta, perde a visão e a audição e é alfabetizada, qual a melhor saída?
- por exemplo escrever na mão.
Marisa Martinho falando:
- Como é o seu dia a dia?
Claudia Sofia falando:
- O meu dia a dia é normal, eu vou para casa volto, eu trabalho, eu participo das reuniões, tenho momentos de lazer, ando para baixo e para cima, subo escada desço escada.
- A minha rotina de trabalhar é estar sempre em contatos com as pessoas surdocega é estar fazendo divulgação, estar entrando em contato com eles, com as famílias, através da correspondência por internet ou braile, ou por telefone com ajuda da família.
- A dificuldade maior que eu tenho é na rua, porque, eu não posso me locomover na rua sozinha, porque, não tenho uma audição adequada para isso.
- Então, eu dependo de um guia – intérprete.
Dalva Rosa falando:
- O guia – intérprete é um profissional que tem a função de fazer intermediação entre o meio e o surdocego.
- Ele é guia, ele descreve tudo que ele vê, a gente chama de descrição visual. E o mais importante é a comunicação.
- Ele usa a forma de comunicação, que o surdocego tem, pra passar As informações e fazer o contato dele com as outras pessoas.
- O guia – intérprete ele tem que ser imparcial.
- Um familiar, uma pessoa que esta envolvida pessoalmente com esse surdocego será mais difícil pra manter essa neutralidade.
Maria de Fatima (mãe de surdocego) falando:
- Na minha época, quis dizer, há vinte anos atrás. Deficiente era para ficar em casa mesmo, que muitas vezes eu ouvi isso falavam... De médicos ainda.
- Mãe você quer um conselho?
- Você pega o seu filho, contrate uma babá, e você deixa ele num quarto até o dia e que ele realmente se esgotar.
- Eu saia de lá chorando, e eu falava assim, ele vai ser diferente e foi e foi...
- Em momento algum ele ficou num quarto, mesmo doente, mas ele nunca ficou, porque eu queria que todo mundo visse que ele existe,  e que ele nasceu de um amor, de um respeito, de uma família que respeitava ele e de um irmão que ama ele, eles são gêmeos e o irmão adora, tem paixão por ele, e ele,  de alguma forma  se expressa em relação ao irmão também.
- Então isso e bonito, eu acho que isso que vale nesse mundo, nada mais vale.

Exemplos de vida e superação
Depoimentos:
Carlos Roberto L. Nunes, Surdocego.
Claudia Sofia Indalécio Pereira, interprete.

Claudia Sofia falando:
- como é seu dia?

Carlos Roberto Falando:
- Eu de manhã tomo café, depois eu ajudo a fazer as coisas em casa, coloco no lugar, guardar, limpar, fazer as coisas, colocar tudo em ordem, ponho a roupa no varal, dobra, ele faz comida.
Claudia Sofia falando:
- Você faz trabalho?

Claudia Sofia traduzinho, Carlos Roberto falando:
- ele faz em braile na maquina braile, na reglet.
- Ele trabalha para a Abrasc, ele faz arquivo, ele faz carta para amigos Surdocegos. Ele gosta de ensinar o Paulinho, que é um outro surdocego, para ele se levantar, para ele ficar animado, porque ele gosta muito de ajudar.
Denise Teperine Dias guia – intérprete falando:
- Como é sua rotina?
Maria Francisca da Silva surdocega falando:
- Eu leio, escrevo, arrumo as camas, procuro coisas para fazer, estou sempre fazendo muita coisa mais não tenho com quem bate papo. Eu costumo escrever para as pessoas que eu me correspondo, ás vezes eu escrevo umas besteiras para eu poder desabafar.
- Tenho dois sonhos:
- Eu queria ajuntar mil reais, o outro, é nos surdocegos pudéssemos realmente ser amigos verdadeiros sentido da palavra.
- A nossa união e muito difícil, porque nós não temos como se encontrar.
Maria Francisca da Silva é a primeira surdocega reconhecida no Brasil.

Elenir Ferreira P. Carillo, guia – intérprete, traduzindo Carlos Jorge W. Rodrigues:
- Ele vê televisão usando lupa, lê jornal usando lupa, na televisão usando lupa eletrônica, no computador, computação, ele nada, junto com o instrutor segurando a mão, eles vão para o fundo e vão nadando, segurando. Sempre com o braço esticado para não bater a cabeça, e eles vão tentando lá no fundo ver estrela do mar, peixes, eles vão pegando.
- Depois eles vão subindo sempre junto com instrutor.
- Ele vai no médico, passei, tem amigos. Ele vem encontrar a Claudia Sofia que ele gosta muito.
Elenir Ferreira falando:
- Você tem um sonho?

Elenir Ferreira traduzindo Carlos Jorge falando:
- Ser muito feliz, ano que vem casa com Sofia. Vão morar juntos.
- E no futuro “eu” quero ter filhos um ou dois e “eu” quero trabalhar, ajudar a Sofia no curso profissionalizante.
- Eu e Sofia iremos nos casar dia 21 de maio do próximo ano, e ainda moraremos sozinho aqui em São Paulo, “eu amo muito a Sofia, ele é ótima”, Carlos Jorge.
Elenir Ferreira traduzindo Carlos Jorge e Claudia Sofia falando:
- Eu e o Carlos Jorge estamos mostrando nossa experiência.
- Existem outros casais surdocegos, mas a gente aqui no Brasil, não sabe.
- Estamos Mostrando o nosso exemplo de vida para outras pessoas.
- Mas nosso futuro e esse: ter nossa vida muito feliz, lutar por aquilo que a gente quer, sempre viajando, conhecendo coisas novas, criando nossos filhos se Deus mandar e ajudando as pessoas surdocegas no nosso trabalho, no nosso dia a dia que a gente tem hoje.
Maria de Fatima (mãe de surdocego) falando:
- Não se desesperem não, as portas vão fechar para vocês, mais vai ter sempre uma luzinha lá no fundo, que é aquela que você vai conseguir.
- E vai sempre encontrar um caminho, não só para os deficientes, mas pra tudo na vida, a gente vai sempre encontrar um caminho, alguma forma de trata – los com amor, porque, eu acho que hoje em dia  se não tem amor, se não tem respeito, não tem nada no mundo, não existe mundo, você entendeu?
- Não existe ser humano.
- Então eu acho que é isso: tratem os deficientes com respeito, com amor, com carinho, porque, apesar de cara feia, eles tem um coração que é maravilhoso, é especial.





Surdocegos
“em busca da comunicação”
Projeto expriemental desenvolvido pelos alunos do 4º ano do curso de jornalismo da PUC – Campinas.
Entrevistados:
Ø  Lilia Giacomini
Ø  Laura Lebre Monteiro Ancciolotto
Ø  Dalvanise de Farias Duarte
Ø  Dalva Rosa
Ø  Regina Maria de Jesus
Ø  Denise Teperine Dias
Ø  Marisa Martinho Cardoso
Ø  Elenir Ferreira Porto Carillo
Ø  Carlos Jorge Wildhagen Rodrigues (surdocego)
Ø  Calor Roberto Lopes Nunes (surdocego)
Ø  Maria Francisca da Silva “Chica” (surdocega)
Ø  Maria de Fatima de Sordi Ostorero (mãe de surdocego)
Ø  Maria Aparecida Indalécio Pereira (mãe de surdocego)

Instituições Visitadas:
Grupo Brasil, Abrasc.
(Associação Brasileira de Surdocegos).
Ahimsa.
(Associação Educacional para Múltipla Deficiência).






Surdocegos em busca da comunicação

domingo, 9 de março de 2014

TEXTO PS

 A EDUCAÇÃO ESCOLAR DA PESSOA COM SURDEZ E O AEE
A educação das pessoas com surdez  foi e ainda continua sendo um desafio devido às dificuldades , porém torna-se urgente compreeender que as pessoas com surdez possuem as mesmas potencialidades de desenvolvimento e de aprendizagem que as pessoas ouvintes,especialmente se tiverem acesso a um ambiente lingüístico apropriado.
No decorrer da História  a educação das pessoas com surdez  passou por diferentes abordagens  educacionais. No oralismo a criança surda deveria ser treinada para realizar a leitura labial e estimulada a falar para se comunicar. Nesta abordagem  não era  permitido à criança a comunicação gestual e devido a isto acabou promovendo a segregação das mesmas tanto no ambiente escolar, como social.
Na Comunicação Total  a criança desde pequena é estimulada a utilizar a comunicação visuo-manual,  como forma de ter a comunicação mais próxima das pessoas ouvintes.Defendia a utilização de qualquer recurso linguístico a fim de potencializar as relações sociais
Tanto a abordagem  oralista quanto  a comunicação total negaram a pessoa com surdez  a sua língua natural acarretando prejuízos  ao seu pleno desenvolvimento, em todas as  áreas sejam afetivas, sociais ,cognitivas e de aprendizagem pois  não levaram em consideração suas potencialidades, e sim concentraram-se  exclusivamente  na forma de comunicação (língua)
O  Bilínguismo que tem como proposta de ensino a utilização de duas línguas no espaço escolar: a Língua de Sinais ou primeira língua (L1) e a Língua Portuguesa como segunda língua (L2), na sua modalidade escrita.
De acordo com o decreto 5626, de 5 de novembro de 2005, as pessoas com surdez tem direito a uma educação  que garanta a sua formação em que a Língua Brasileira de Sinais e a Língua Portuguesa, preferencialmente na modalidade escrita constituam línguas de instrução de forma simultânea no ambiente escolar.
A questão principal  a ser discutida na escola não deve ser qual a melhor forma de expressar-se da pessoa com surdez ,mas sim que ela tenha o direito de fazer a sua escolha   visando a sua aprendizagem, o seu desenvolvimento .
A escola  que tanto se discute atualmente precisa garantir à criança com surdez, assim como todos os demais alunos ,metodologias e recursos que ofereçam  a possibilidade de aprender  tendo um ambiente acolhedor e desafiador valorizando todas as suas potencialidades e  e propiciando  o “seu pleno desenvolvimento e o preparo para o exercício da cidadania” conforme estabelece a Constituição Federal em seu artigo 205.


O AEE PS
O AEE para alunos com surdez deve ser feito em duas línguas: em LIBRAS(Língua Brasileira de Sinais) e em Língua Portuguesa.Ocorre no turno inverso ao da sala de aula comum.
As práticas de sala de aula comum e do AEE devem ser articuladas por metodologias de ensino que estimulem vivências e que levem o aluno a aprender a aprender,propiciando condições da aprendizagem dos alunos com surdez na abordagem bilíngue.
A organização didática desse espaço de ensino implica o uso de muitas imagens visuais e todo tipo de referências que possam colaborar para o aprendizado dos conteúdos curriculares em estudo, na sala de aula comum. Os materiais e os recursos para esse fim precisam estar presentes na sala de Atendimento Educacional Especializado, quais sejam: mural de avisos e notícias, biblioteca da sala, painel de gravuras e fotos sobre temas de aula e outros. A produção destes recursos é importantíssimo para compreensão dos conteúdos curriculares em LIBRAS.
 Conforme Damázio(2007), o AEE envolve três momentos didático-pedagógicos: Atendimento Educacional Especializado em Libras; Atendimento Educacional Especializado de Libras; Atendimento Educacional Especializado de Língua Portuguesa.
Estes momentos pedagógicos  tem por finalidade viabilizar  condições onde os professores do AEE  trabalhem em parceria com o professor de sala de aula comum, para que o aprendizado do português escrito e de LIBRAS por esse aluno seja contextualizado. 
BIBLIOGRAFIA
DAMÁZIO, M.F. e FERREIRA J. de P. Educação escolar de pessoas com surdez – Atendimento Educacional Especializado em construção.
DAMÁZIO, M. F. M. Atendimento Educacional Especializado: Pessoa com Surdez. São Paulo: MEC/SEESP , 2007

Constituição Federal -1988

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

lauda


Talvez assim como eu tive dúvidas achei que poderia ser útil também a alguns colegasO que é uma "lauda"?
Na verdade, a lauda nasceu no jornal: uma lauda corresponde exatamente a uma coluna impressa no jornal. Era utilíssima quando o linotipista compunha as pranchas para imprimir o jornal. [ Para saber o que é "linotipo", leia abaixo ou consulte o sitehttp://www.diariopopular.com.br/25_01_05/tc240102.html ]
Mais tarde, as editoras de livros começaram a utilizar a "lauda" na redação e composição de textos porque a lauda equivalia exatamente a uma página de texto impresso nos livros.
Com o fim do linotipista e o advento do computador, muitos dos termos utilizados ficaram obsoletos.
Enfim, a lauda de jornal e editora (papel "tamanho ofício") tem tradicionalmente, de 30 a 32 linhas com até 72 caracteres (um "caractere" - termo usado em computação e legendagem de filmes, além das áreas de que estamos tratando - é qualquer letra, símbolo ou espaço digitado).
Topo ]

Como calcular uma lauda?
TERMOS:
Toque - Um toque é cada vez que o dedo do datilógrafo e/ou digitador encosta no teclado, inclusive para dar espaços.
"Caractere" - Neste contexto, o termo um "caractere" tem o mesmo significado, embora seja mais usado em informática.
Assim sendo, cada letra, símbolo ou espaço digitados ou datilografados em um texto constituem um "toque" ou um "caractere".
Lauda - A lauda é a folha de papel digitada ou datilografada pelo tradutor, pelo repórter, jornalista ou autor.
Tamanho da lauda - Para se saber o tamanho da lauda é preciso saber quantos toques ou caracteres tem cada linha e multiplicar este número pelo número de linhas que vai se usar na página.
Nos dias de hoje, utiliza-se, profissionalmente, para traduções e outras finalidades, o papel "tamanho A4". Usando-se o "espaço duplo" para digitar/datilografar, cabem mais ou menos 25 linhas de texto nesta folha de papel. O número de caracteres ou toques vai variar, dependendo do tamanho da letra (ou "fonte").

Reiniciando !!!

Queridas colegas !!!
tenhamos um ótimo recomeço!!!
Marlete