A
EDUCAÇÃO ESCOLAR DA PESSOA COM SURDEZ E O AEE
A educação das pessoas com surdez foi e ainda continua sendo um desafio devido
às dificuldades , porém torna-se urgente compreeender que as pessoas com surdez
possuem as mesmas potencialidades de desenvolvimento e de aprendizagem que as
pessoas ouvintes,especialmente se tiverem acesso a um ambiente lingüístico
apropriado.
No decorrer da História a educação das pessoas com surdez passou por diferentes abordagens educacionais. No oralismo a criança surda
deveria ser treinada para realizar a leitura labial e estimulada a falar para
se comunicar. Nesta abordagem não era permitido à criança a comunicação gestual e
devido a isto acabou promovendo a segregação das mesmas tanto no ambiente
escolar, como social.
Na Comunicação Total a criança desde pequena é estimulada a
utilizar a comunicação visuo-manual, como forma de ter a comunicação mais próxima
das pessoas ouvintes.Defendia a utilização de qualquer recurso linguístico a
fim de potencializar as relações sociais
Tanto a abordagem oralista quanto a comunicação total negaram a pessoa com
surdez a sua língua natural acarretando
prejuízos ao seu pleno desenvolvimento, em
todas as áreas sejam afetivas, sociais
,cognitivas e de aprendizagem pois não
levaram em consideração suas potencialidades, e sim concentraram-se exclusivamente na forma de comunicação (língua)
O Bilínguismo
que tem como proposta de ensino a utilização de duas línguas no espaço escolar:
a Língua de Sinais ou primeira língua (L1) e a Língua Portuguesa como segunda
língua (L2), na sua modalidade escrita.
De
acordo com o decreto 5626, de 5 de novembro de 2005, as pessoas com surdez tem
direito a uma educação que garanta a sua
formação em que a Língua Brasileira de Sinais e a Língua Portuguesa,
preferencialmente na modalidade escrita constituam línguas de instrução de
forma simultânea no ambiente escolar.
A questão principal a ser discutida na escola não deve ser qual a
melhor forma de expressar-se da pessoa com surdez ,mas sim que ela tenha o
direito de fazer a sua escolha visando
a sua aprendizagem, o seu desenvolvimento .
A escola
que tanto se discute atualmente precisa garantir à criança com surdez,
assim como todos os demais alunos ,metodologias e recursos que ofereçam a possibilidade de aprender tendo um ambiente acolhedor e desafiador
valorizando todas as suas potencialidades e e propiciando
o “seu pleno desenvolvimento e o preparo para o exercício
da cidadania” conforme estabelece a Constituição Federal em seu artigo
205.
O AEE PS
O AEE para alunos com surdez
deve ser feito em duas línguas: em LIBRAS(Língua Brasileira de Sinais) e em Língua
Portuguesa.Ocorre no turno inverso ao da sala de aula comum.
As práticas
de sala de aula comum e do AEE devem ser articuladas por
metodologias de ensino que estimulem vivências e que
levem o aluno a aprender a aprender,propiciando condições da aprendizagem dos alunos com surdez na abordagem
bilíngue.
A organização didática desse espaço de ensino
implica o uso de muitas imagens visuais e todo tipo de referências que possam
colaborar para o aprendizado dos conteúdos curriculares em estudo, na sala de
aula comum. Os materiais e os recursos para esse fim precisam estar presentes
na sala de Atendimento Educacional Especializado, quais sejam: mural de avisos
e notícias, biblioteca da sala, painel de gravuras e fotos sobre temas de aula
e outros. A produção destes recursos é importantíssimo para compreensão dos
conteúdos curriculares em LIBRAS.
Conforme Damázio(2007), o AEE envolve três
momentos didático-pedagógicos: Atendimento
Educacional Especializado em Libras; Atendimento Educacional Especializado de
Libras; Atendimento Educacional Especializado de
Língua Portuguesa.
Estes
momentos pedagógicos tem por finalidade
viabilizar condições onde os professores
do AEE trabalhem em parceria com o
professor de sala de aula comum, para que o aprendizado do português escrito e
de LIBRAS por esse aluno seja contextualizado.
BIBLIOGRAFIA
DAMÁZIO,
M.F. e FERREIRA J. de P. Educação escolar de pessoas com surdez – Atendimento
Educacional Especializado em construção.
DAMÁZIO, M.
F. M. Atendimento Educacional Especializado: Pessoa com Surdez. São Paulo:
MEC/SEESP , 2007
Constituição
Federal -1988
Marlete muito interessante seu trabalho, parece o caminho ideal para o desenvolvimento integral da Pessoa Surda, considerando a perspectiva inclusiva.
ResponderExcluirQuerida Marlete, lendo teu texto, ninguém imagina que não é uma educadora especial que escreveu. Parabéns! sendo uma profissional da educação em outra área buscando o conhecimento da educação especial para aprimorar teu trabalho em outra área do conhecimento. Estou orgulhosa de você! Teu texto mostra como uma escola inclusiva deve se preparar para atender as Pessoas com Surdez. Abraços
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